quinta-feira, 24 de março de 2011

O Dia Mundial de Combate à Tuberculose


24 de Março -
O Dia Mundial da TB foi lançado, em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra TB e Doenças Pulmonares (International Union Agaist TB and Lung Disease - IUATLD).

A data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, por Dr. Robert Koch. Este foi um grande passo na luta pelo controle e eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da população mundial e hoje persiste com 1/3 da população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de mortes anuais.

Não é uma data para comemoração. É sim uma ocasião de mobilização mundial, nacional, estadual e local buscando envolver todos as esferas de governo e setores da sociedade na luta conta esta enfermidade. É o marco fundamental de uma campanha que dura até o fim do ano corrente, fator fundamental para a intensificação das ações de controle da doença.

No Brasil, a Portaria GM/MS Nº 2181, de 21 de novembro de 2001 transformou esta data no início da Semana Nacional de Mobilização e Combate à Tuberculose que vai até o dia 28 de Março. O dia 17 de Novembro também é referenciado para TB como data de mobilização nacional, estadual e local.


TUBERCULOSE » Histórico
Segundo algumas evidências, a tuberculose existe desde os tempos pré-históricos. Foram encontrados esqueletos de múmias do antigo Egito (3000 a.C.) e, mais recentemente, uma múmia pré-colombiana no Peru com sinais da doença. Várias tentativas de tratamento foram feitas, desde a ingestão de preparados exóticos até a utilização de sangrias e a indução de vômitos. Alguns pacientes eram proibidos até mesmo de falar ou rir e ficavam deitados sem poder se movimentar. O mais comum deles se tornou a mudança de clima: os pacientes se deslocavam para regiões litorâneas ou montanhosas para se tratar e aqueles que não tinham forças para a viagem passavam a dormir com travesseiros de folhas de pinheiro ou colocar algas marinhas debaixo da cama.

No final do Século 19, pacientes abastados recebiam cuidados em sanatórios que eram como pousadas nas montanhas. Ao longo do tempo, esses lugares passaram a ser usados para isolamento dos doentes, tornando-se centros de tratamento para pessoas de qualquer classe social. A maior dificuldade encontrada pelos médicos era firmar o diagnóstico da doença antes que ela provocasse a falha dos pulmões e dos ossos. Esse diagnóstico só foi possível a partir de 1824, após a invenção do estetoscópio. Em 1882, o famoso bacteriologista alemão Robert Koch identificou o agente causador da enfermidade, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamada de Bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor. A invenção do raio X, no final do Século 19, permitiu a produção (visualização) das imagens das partes internas do corpo, facilitando o diagnóstico da tuberculose.

Em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin conseguiram isolar uma cepa do bacilo da tuberculose para produzir culturas vivas atenuadas a serem usadas como vacina. A cepa recebeu o nome de Bacilo Calmette-Guérin, de onde surgiu o nome "BCG". Foi aplicada pela primeira vez em crianças em 1921. Somente em 1944 foi inventado o primeiro antibiótico, a estreptomicina, produzida a partir da garganta de uma galinha. Entretanto, sem o apoio ao tratamento e o contato entre doentes, surgiram bactérias resistentes ao medicamento. Para contornar o problema, desenvolveu-se um coquetel com quatro antibióticos.




A tuberculose é a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos. No Dia Mundial da Tuberculose (24 de março) aumentam os esforços para divulgar os perigos da doença. Os números mostram bem o porquê. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), dois bilhões de pessoas estão infectadas pela bactéria causadora da patologia. Entre elas, 8 milhões desenvolverão a doença e 1,7 milhões morrem a cada ano.

As estatísticas no Brasil também não são animadoras, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. No país, são notificados anualmente 85 mil casos novos. Além disso, são registrados cerca de 6 mil mortes por ano em decorrência da doença.
O que é a tuberculose?
Doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas, também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
Qual a causa?
A tuberculose é causada, por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. Essas bactérias podem ser transmitidas de uma pessoa para outra através da tosse. Elas também podem estar dormentes no organismo de um indivíduo, e ficarem ativas quando existe a queda da imunidade.
Quais órgãos são afetados pela doença?
O órgão mais afetado é o pulmão, mas a tuberculose pode afetar diversos outros sistemas e áreas do organismo como os ossos, podendo causar fraturas espontâneas e dor, a pele, levando a lesões que podem virar úlceras, o sistema nervoso central, o que pode causar meningite levando a dores de cabeça e, eventualmente, confusão mental e coma. Além disso, o intestino pode ser atingido, prejudicando a absorção de alimentos e causando obstrução intestinal, os olhos e a retina, causando perda parcial ou total da visão.
Quais os sintomas?

Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (meses). Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais freqüentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica. Como é feito o diagnóstico da doença?
Através dos sintomas acima relacionados. E uma radiografia de tórax pode orientar o diagnóstico que é confirmado pela coleta de escarro e pesquisa do bacilo.

Como se transmite?

A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Pessoas com Aids, diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, alcoólatras, viciados em drogas e fumantes são mais propensos a contrair a tuberculose.



Como tratar?

Ao contrário do que se pensa, tuberculose tem cura. A tuberculose é tratada com antibióticos específicos controlados. O tratamento utiliza medicações associadas seis meses. Quando a doença atinge outros órgãos como ossos e sistema nervoso central, ou quando o paciente tem alguma deficiência na imunidade, no caso da Aids, por exemplo, o tratamento deve ser estendido por nove até 12 meses. Quase todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.
O que acontece se este tratamento for interrompido?
Quando interrompido, o paciente volta a desenvolver sintomas progressivos, passa novamente a transmitir a doença e ela pode adquirir resistência aos medicamentos antimicrobianos, sendo necessário aumentar a quantidade de medicação e o tempo de tratamento total.
A tuberculose, depois de curada, pode voltar a aparecer no mesmo paciente?
Quando adequadamente tratada, o paciente é considerado curado. Mas a chance de ficar novamente doente é igual a de alguém que nunca teve a infecçãoComo se prevenir?
Medidas de saúde pública, como rastrear e diagnosticar precocemente os portadores de tuberculose e seus contactantes para iniciar o tratamento o mais rápido possível é a melhor forma de cortar a corrente de contágio da doença. Para ter a ideia da eficácia disso, em menos de duas semanas de tratamento adequado, o paciente já não transmite mais o bacilo.

Para prevenir a doença é necessário também imunizar as crianças de até 4 anos, obrigatoriamente as menores de 1 ano, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas (a tuberculose não se transmite por fômites e objetos. Cuidado para não agravar os estigmas).

A melhoria das condições de vida, como saneamento, habitação, manter hábitos de higiene e alimentação adequados também são formas de prevenir a doença. Pessoas que vivem em condições precárias, por exemplo, em aglomerados e má condição alimentar estão mais suscetíveis a contrair e desenvolver a tuberculose.
Fontes: Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)

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