sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Puericultura!!

 





A assistência à saúde do RN na UBS deve começar logo após a alta da maternidade. A equipe da UBS poderá captar essas crianças através de:  Visita domiciliar à puérpera e ao RN nos primeiros 7 a 10 dias após a alta hospitalar;  Pela Declaração de Nascidos Vivos (via rosa).  Agendamento realizado por profissional da Maternidade por telefone; O Agente Comunitário de Saúde deverá fazer visita domiciliar à puérpera e ao recém-nascido nos primeiros 7 a 10 dias após a alta. Os objetivos dessa visita são:  Orientar os pais sobre as melhores atitudes e comportamentos em relação aos cuidados com o RN (veja Quadro 1)  Identificar precocemente os RN com sinais gerais de perigo. (Quadro 2) (MINAS GERAIS, 2004 p. 44).7 QUADRO 1. CUIDADOS COM O RN – ORIENTAÇÕES DURANTE AS VISITAS DOMICILIARES DO ACS HIGIENE PESSOAL Orientar o banho diário e a limpeza do RN. Orientar a lavar as mãos antes de manipular o RN. Orientar que não se deve usar perfume ou talco no RN. Orientar a limpeza da região anal e perineal a cada troca de fraldas para evitar lesões na pele. Explicar que, nas meninas, a higiene da região anal e perineal devem ser feita no sentido da vulva para o ânus. CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL Explicar a importância de cuidar adequadamente do coto umbilical para evitar infecções. Manter o coto umbilical sempre limpo e seco. Após o banho, depois de secar bem o umbigo, envolvê-lo em uma gaze embebida com álcool absoluto. Não cobrir o umbigo com faixas ou esparadrapo. Desaconselhar o uso de moedas, fumo ou qualquer outra substância para “curar” o umbigo. HIGIENE DO AMBIENTE Cuidar das roupas do RN, mantendo-as limpas. Ferver a água do banho, se essa não for tratada. Manter limpo o lugar em que o RN dorme. Manter a casa arejada e usar mosquiteiros, se necessário. Fonte: (MINAS GERAIS, 2004 p. 46). o ACS deverá orientar a mãe a procurar a UBS, juntamente com seu filho, para a primeira consulta da criança.
 COMO CLASSIFICAR O RISCO DO RN
Para estabelecer grupos de risco, prognóstico e ações profiláticas específicas, o RN deve ser classificado de acordo com a idade gestacional (IG):
  Pré-termo ou prematuro (RNPT) – IG até 36 semanas e seis dias;
  Termo – IG de 37 a 41 semanas e 6 dias;
 Pós-termo ou pós-maturo – IG de 42 semanas ou mais (MINAS GERAIS, 2004 p.47). E conforme o peso de nascimento (PN).
  RN de baixo peso (RNBP) – PN menor que 2.500g;
  RN de peso elevado – PN igual ou maior a 4.500g;
Consulta de enfermagem
 Realizar anamnese e exame clínico.
 Avaliar presença de fatores de risco.
 Avaliar: crescimento, desenvolvimento e estado nutricional.
 Avaliar e orientar quanto à imunização.
 Preencher: gráfico de peso, estatura e perímetro cefálico, Cartão da
Criança e prontuário.
 Orientar sobre as doenças e intercorrências.
 Orientar: alimentação e higiene.
Atendimento do Auxiliar e Técnico de Enfermagem
 Aplicar vacinas e orientar quanto à imunização.
 Coletar os exames laboratoriais.
 Realizar os procedimentos solicitados na consulta médica ou de
enfermagem.
 Realizar as ações educativas.
 Realizar a busca ativa das crianças faltosas
Preencher os registros necessários.
Exame físico geral e específico
• Cabeça: observar e registrar formato e simetria do crânio, da face e
integridade do couro cabeludo.
• Fontanelas: a fontanela anterior (bregmática) mede ao nascer de 4 a 6 cm e
fecha entre 4 e 26 meses. A posterior (lâmbdia) mede 1 a 2 cm e costuma
fechar por volta de 2 meses.
• Olhos: avaliar presença e aspecto de secreção, lacrimejamento, fotofobia,
anisocória, exoftalmia, microftalmia, cor da esclerótica, estrabismo, entre
outros.
• Visão: avaliar aspecto e simetria dos olhos, alinhamento pelo teste do reflexa
vermelho, presença da visão através da observação de reflexos visuais,
constrição visual direta e consensual à luz.
• Ouvidos: observar a forma, alterações, implantação das orelhas.
• Acuidade auditiva: observar pestanejamento dos olhos, susto ou
direcionamento da cabeça em resposta ao estímulo sonoro, em crianças
maiores sussurrar a uma distância de aproximadamente de 3 metros.
• Nariz: verificar presença e aspecto de secreção. Inspeção e palpação,
pesquisar desvio de septo nasal.21
– Observar porção interna anterior do nariz com iluminação empurrando a
ponta para cima.
– Observar coloração da mucosa, condições de cornetos, calibres da via aérea
e secreção.
• Boca e faringe: iniciar pela inspeção dos dentes, gengivas, face interna das
bochechas, língua e palatina. Observar tamanho e aspecto das amígdalas,
hiperemia, petéquias, gota.
Pós-nasal e placa de secreção.
• Pescoço: inspeção e palpação dos gânglios cervicais, submandibulares e
retroauriculares. Descrever características: tamanho, consistência, dor,
mobilidade, aderência, avaliar rigidez da nuca.
• Tórax: observar forma, simetria, sinais de raquitismo e mamas.
• Pulmão: observar presença de tiragem, tipo respiratório, ritmo,
expansibilidade torácica e uso de músculos acessórios. Percutir face anterior,
lateral e posterior do tórax.
Auscultar procurando alterações dos sons respiratórios e sua localização.
• Coração: verificar pulso apical, observar criança quanto à presença de
cianose e edema. Ausculta: frequência, intensidade, ritmo e qualidade
deverão ser avaliados, procurando alterações e sua localização.
• Abdômen: observar alterações globais de forma e volume e abaulamento
localizado, presença de hérnias umbilicais, ventrais e diástases.
– As hérnias costumam fechar espontaneamente até os dois anos de– Examinar o coto umbilical observando a presença de secreção e hiperemia.
A mumificação completa ocorre aproximadamente entre o 7º e 10º dia de
vida.
– Realizar palpação geral, superficial e profunda, e também fígado e baço.
Observar presença de dor abdominal e sua localização, defesa ou rigidez da
parede.
• Percussão: delimitar o tamanho do fígado.
• Ausculta: buscar sons intestinais em cada quadrante
Pele e mucosas: observar elasticidade, coloração, lesões e hidratação. A pele
do RN deve estar lisa, macia, rósea e opaca. A presença de cor amarelada
significa icterícia, e é visível após as primeiras 24 horas de vida e quando22
aparece antes disto, pode significar incompatibilidade de grupo sanguíneo ou
infecção do RN.
• Genitália e reto:
 Meninos: observar presença de fimose e testículos na
bolsa escrotal (criptorquidia), pesquisar reflexos
cremastéricos, hidrocele, hipospadia ou epispadia.
 Meninas: observar o hímen e presença de secreção vaginal
pode ocorrer presença de secreção mucóide ou às vezes
sanguinolenta nos primeiros dias de vida.
• Extremidades: observar deformidades, valgismo/varismo, paralisias, edemas,
alteração de temperatura, assimetria e marcha.
– Palpar pulsos radial, femoral e pedioso;
– Realizar manobra de Ortolani;
– Observar dedos extra-numéricos, baqueteamento digital, polidactilia;
– Examinar coluna vertebral em diversas posições, rigidez, postura, mobilidade
e curvatura.
– Registrar presença de espinha bífida, tufos de pêlos e hipersensibilidade.
• Exame neurológico: observar os comportamentos das crianças comparados
ao comportamento habitual e esperado para fase de desenvolvimento.
Avaliar nível de consciência, atividade normal ou habitual, hipoativa ou com
diminuição do padrão próprio de atividade.
• Avaliação dos reflexos: estão descritos a seguir alguns reflexos que podem
ser avaliados, sendo necessária às vezes a procura de muitos outros durante a
consulta de enfermagem, que podem ser encontrados através de pesquisa
bibliográfica pelo profissional.
• Reação de Moro: utilizar estimulação de queda de cabeça ou som. Não usar
estimulação intensa. A criança deve abrir e fechar os braços.
• Prensão Palmar: colocar o dedo do examinador na palma da mão da criança
no nível do metacarpo falangiano. A criança responde com flexão de todos os
dedos, flexão e adução do polegar, simultaneamente.
• Reflexos de Sucção: é provocado tocando-se os lábios, o que desencadeia
movimentos de sucção dos lábios e da língua. Este reflexo não deve ser
pesquisado imediatamente após a mamada. Este reflexo está presente até os
três meses de vida.23
• Reflexo Cutaneopalmar: imobilize o membro inferior com a mão apoiada na
porção média da perna, realizando pequenas e sucessivas excitações na borda
externa do pé, na região inframaleolar. A resposta será de extensão do hálux
(sem ser lenta ou majestosa), com ou sem abertura em leque dos dedos
• Reflexo de Marcha: em suspensão vertical, numa superfície dura, segurando
o bebê pelas axilas, realizar o contato da planta dos pés com a superfície, a
criança estenderá os joelhos, que se mantinham semifletidos. (SÃO PAULO,
2003).
2.8. COMPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA NO 1º ANO DE VIDA:
Vitaminas A e D devem ser suplementadas em nosso meio a partir do
15º dia de vida conforme orientação do fabricante, como medida profilática,
pela exposição solar insuficiente de nossas crianças em nossa região, levando
ao raquitismo. Em outros estados, como no Nordeste, a exposição solar pode
ser razoável, mas há a carência da vitamina A pela falta de alimentos
carotenóides ou por falta de hábitos de ingestão desses alimentos.
• Ferro deve ser suplementado a partir do 6º mês: Sulfato Ferroso 1mg/Kg/dia,
dependendo do tipo de aleitamento e alimentação, até o final do 24º mês de
vida (prescrito pelo médico na consulta de 6 meses).
• Prematuros devem receber Sulfato Ferroso desde o 2º mês, 2mg/Kg/dia até o
6º Mês de vida, diminuindo-se para 1mg/Kg/dia do 6º ao 24º mês.
• Nosso município conta com água fluoretada, tornando desnecessária a
suplementação de flúor (SÃO PAULO, 2003)
Incentivo ao aleitamento materno
O leite materno deve ser oferecido exclusivamente para a criança até os
primeiros 6 meses de idade (água e chás não devem ser oferecidos), com o
acompanhamento do crescimento e ganho ponderal.
• As vantagens do aleitamento materno são:25
– Nutricionais: é um alimento fisiologicamente perfeito para o bebê; a maioria
das mulheres produz leite em quantidade e qualidade adequada às
necessidades do seu bebê (o leite de mães de prematuros é diferente daquelas
de bebês de termo). Colabora efetivamente para diminuir a taxa de desnutrição
energético-protéica e consequentemente a mortalidade infantil;
– Imunológicas: protege a criança contra infecções, principalmente do aparelho
digestivo, pois retarda a exposição da criança a possíveis contaminações
alimentares em ambientes desfavoráveis. Diminui também a probabilidade de
processos alérgicos decorrentes da exposição precoce às proteínas do leite de
vaca;
– Psicológicas: estabelece relação afetiva mãe-filho positiva;
– Econômicas: representa economia real (em compra de leite em pó,
esterilização da água e utensílios pela fervura, gasto com gás de cozinha, etc.);
– Planejamento Familiar: ajuda no espaçamento de nova gravidez, mas é falho
em alguns casos após os 2 meses, de modo que é preciso orientar a mãe para
usar outros métodos contraceptivos.
• Além do conhecimento sobre as vantagens do aleitamento natural, as
mulheres devem ser orientadas sobre técnicas de amamentação durante o pré-
natal, durante a hospitalização do parto e assim que chegarem da maternidade
Higiene das mamas:
Não devem ser utilizados sabonetes e cremes; realizar a limpeza
somente com água

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